A imagem brasileira não foi bem divulgada nos EUA, quando o The Wall Street Journal publicou que o endividamento da classe média do Brasil é o responsável pela desaceleração do crescimento do país. Para eles, o aumento do consumo foi importante economicamente, mas agora a população encontra-se sem dinheiro.
Os EUA tiveram uma política de desenvolvimento baseada no consumo e viveram uma crise de recessão quando a população se viu endividada e sem recursos para pagar as dívidas. Logo, bancos começaram a quebrar, porque seus clientes não tinham mais o que poupar e investir, além do governo não poder oferecer rendimentos interessantes, pois a taxa básica de juros do país era muito baixa.
Apesar do Brasil não vivenciar a mesma realidade americana, o governo tem estimulado o consumo e, inicialmente com os juros baixíssimos e a inflação controlada, abriu infinitas portas e linhas de créditos para que a população carente pudesse emergir para a classe média e adquirir bens e imóveis. O The Wall Street Journal afirma que em cinco anos, o crédito ao consumidor no Brasil mais que dobrou, passando para cerca de US$ 600 bilhões. Com os juros anuais das operadoras de cartão de crédito próximos de 80% anuais, a população iniciou um processo de inadimplência com suas contas para continuar sobrevivendo, e os bancos ficaram mais cautelosos em aprovar empréstimos.
A bola de neve na matéria continua crescendo e o veículo americano diz que a confiança do consumidor está caindo e a inflação do país já não está mais controlada como já foi, atingindo a marca de 6%, obrigando o Banco Central a elevar os juros básicos na busca pelo seu controle.
O Brasil se tornou um exemplo para os demais países e mercados emergentes, avisa o jornal: “Parte do problema, dizem alguns economistas, é que o Brasil se concentrou demais em políticas destinadas a aumentar o consumo em vez de melhorar portos e estradas para ajudar a produção econômica no longo prazo”. Em junho de 2013, cerca de 5% de empréstimos ao consumidor brasileiro tiveram 90 dias de atraso, o dobro da taxa da Índia e, mais do que o México, África do Sul e Rússia.
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